a sociedade mineradora

15/03/2013 10:19

 

Urbanização e mobilidade social

A sociedade que se formou nas regiões mineradoras, sobretudo em Minas Gerais, apresentava características diferentes da civilização do açúcar no Nordeste. Foi uma sociedade  predominante urbana, mais complexa do que aquela e de maior mobilidade social.Com a civilização do ouro,os grupos sociais se diversificaram,aparecendo agora,entre eles,grandes ricos mineradores,proprietários de terras  e comerciantes,funcionários,artesãos,sacerdotes pequenos mineradores,trabalhadores livres,profissionais liberais e intelectuais (poetas,jornalistas,advogados, etc.),além de uma multidão de escravos.
A maior mobilidade foi conseqüência da ampliação das oportunidades  de ascensão social proporcionadas pela riqueza e dinamismo da economia minera,inclusive com a alforria mais freqüente de escravos promovida por necessidade ou conveniência de seus senhores.Com isso,a sociedade do ouro apresentava-se de fato menos estratificada que do açúcar ,isto é,a divisão e separação entre os grupos sociais nela existentes não eram tão rígidas quanto nesta última.Mas,como está,ela também conserva a identidade essencial da sociedade colonial:a escravidão e a forte hierarquização  social e racial.
*Mobilidade Social*-É o processo pelo qual as pessoas ou grupos mudam de lugar no interior da sociedade.Essa mudança pode ser vertical ou horizontal.No primeiro caso,o indivíduo  passa de uma classe social para outra,situada  acima  ou abaixo da classe original.No segundo caso,o deslocamento pode tomar a forma  de uma mudança de profissão.

DESDOBRAMENTOS: SOCIEDADE E CULTURA
O ciclo do ouro e do diamante foi responsável por profundas mudanças na vida colonial. Em cem anos a população cresceu de 300 mil para, aproximadamente, três milhões de pessoas, incluindo aí, um deslocamento de 800 mil portugueses para o Brasil. Paralelamente foi intensificado o comércio interno de escravos, chegando do Nordeste cerca de 600 mil negros. Tais deslocamentos representam a transferência do eixo social e econômico do litoral para o interior da colônia, o que acarretou na própria mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro, cidade de mais fácil acesso à região mineradora. A vida urbana mais intensa viabilizou também, melhores oportunidades no mercado interno e uma sociedade mais flexível, principalmente se contrastada com o imobilismo da sociedade açucareira.
Embora mantivesse a base escravista, a sociedade mineradora diferenciava-se da açucareira, por seu comportamento urbano, menos aristocrático e intelectualmente mais evoluído. Era comum no século XVIII, ser grande minerador e latifundiário ao mesmo tempo. Portanto, a camada socialmente dominante era mais heterogênea, representada pelos grandes proprietários de escravos, grandes comerciantes e burocratas. A novidade foi o surgimento de um grupo intermediário formado por pequenos comerciantes, intelectuais, artesãos e artistas que viviam nas cidades.
O segmento abaixo era formado por homens livres pobres (brancos, mestiços e negros libertos), que eram faiscadores, aventureiros e biscateiros, enquanto que a base social permanecia formada por escravos que em meados do século XVIII, representavam 70% da população mineira.
Para o cotidiano de trabalho dos escravos, a mineração foi um retrocesso, pois apesar de alguns terem conseguido a liberdade, a grande maioria passou a viver em condições bem piores do que no período anterior, escavando em verdadeiros buracos onde até a respiração era dificultada. Trabalhavam também na água ou atolados no barro no interior das minas. Essas condições desumanas resultam na organização de novos quilombos, como do rio das Mortes, em Minas Gerais, e o de Carlota, no Mato Grosso. Com o crescimento do número de pequenos e médios proprietários a mineração gerou uma menor concentração de renda, ocorrendo inicialmente um processo inflacionário, seguido pelo desenvolvimento de uma sólida agricultura de subsistência, que juntamente com a pecuária, consolidam-se como atividades subsidiárias e periféricas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

História - A Sociedade mineradora

A corrida do ouro

Vimos que, por volta de 1693, Antonio Rodrigues Arzão descobriu ouro perto de onde hoje é a cidade mineira de Sabará. Nos anos seguintes, foram descobertas novas minas de ouro, como as de Vila Rica, hoje Ouro Preto.

A Guerra dos Emboabas

Nos primeiros anos de mineração, ocorreram vários conflitos na região das minas. O Maior deles teve origem na disputa pelo ouro entre os paulistas, que o descobriram, e os recém-chegados (portugueses e pessoas de outras regiões do Brasil), que queriam explorá-lo.

O Controle sobre o ouro

Iniciada a mineração, o rei de Portugal criou, em 1702, a Intendência das Minas, órgão encarregado de controlar a exploração do ouro, cobrar impostos e julgar os crimes praticados na região.

Revolta de Vila Rica (1720)

O contrabando de ouro aumentava, e o governo português apertava o cerco.Para dificultar o desvio, em 1719 criou as Casas de Fundição, locais onde o ouro era transformado em barras, selado e quintado - ou seja, tinha extraída a sua quinta parte como imposto.